A perda de cabelo afeta cerca de 1,2 bilhões de pessoas ao redor do mundo. Cerca de metade da população masculina tem algum grau de calvície no decorrer da vida e nos EUA cerca de 21 milhões de mulheres sofrem com a queda exacerbada de cabelos apresentado padrão de calvície feminina1,2.
O ciclo capilar evolui em três fases: fase anágena que é a do crescimento, fase catágena que é onde os cabelos permanecem em repouso e fase telógena onde ocorre a queda. Uma pessoa normal perde de 100 a 120 fios de cabelos por dia, sem causar problemas, é fisiológico devido a este equilíbrio entre crescimento e queda3. O problema ocorre quando há um desequilíbrio nesse ciclo. A causa mais comum de queda de cabelo nos homens é a alopecia androgenética de origem genética, a perda de cabelos de origem paterna nas mulheres (também de origem genética), alopécia areata de origem imunológica, eflúvio telógeno (causa mais comum nas mulheres) onde 30 a 50 % da queda ocorre até 3 meses após um fator desencadeante, eflúvio anágeno que ocorre em mais de 90 % dos casos após quimioterapia, infecções fúngicas, tricotilomania (distúrbio comportamental), doenças da tireóide, cicatricial, e outras mais raras4. Através da história clínica, do exame físico e em alguns poucos casos, exames laboratoriais e biópsias, podemos chegar a um diagnóstico. De acordo com o diagnóstico fazer o tratamento mais adequado.
Dentre as medicações, desde 1997 o FDA (Food and Drug Administration) nos EUA, aprovou como tratamento para AAG masculina o uso da finasterida 1mg com bons resultados, inclusive ajudando no crescimento pós-operatório do microtransplante capilar 5,6. Segundo estudo da Universidade do Texas a finasterida proporcionou uma taxa de crescimento de 66 % nos homens com alopécia moderada e uma importante interrupção na queda em 91% dos pacientes estudados7. O uso do minoxidil tópico e do laser de baixa frequência também tem suas indicações. Outra forma de haver a restauração capilar é o microtransplante capilar que desde o estudo de Norman Orentreich (1959) a respeito da dominância na alopécia androgenética onde alguns cabelos do couro cabeludo não possuem o gene para quedas o transplante capilar vem sendo usado e principalmente nos últimos 15 anos com a dissecção microscópica e com os enxertos de unidades foliculares tem se conseguido erradicar a ideia que o microtransplante folicular é uma cirurgia agressiva e que produz resultados artificiais8.
Quem seriam os bons candidatos ao microtransplante capilar? Pessoas com boa densidade de cabelos na área doadora (região posterior da cabeça), onde os cabelos não sofrem influência genética para queda, pacientes com mais de 25 anos que aceitem fazer uso das medicações para estabilizar a queda dos cabelos que geneticamente sofrem influência para queda (região frontal, parietal), mulheres com padrão de calvície de origem paterna e com boa área doadora e principalmente a expectativa realista dos pacientes8. A cirurgia é realizada de maneira ambulatorial com paciente submetido à anestesia local associado a uma sedação, tempo cirúrgico em torno de 4 a 6 horas, portanto transcorrendo tudo bem o paciente irá dormir na sua casa. E retirado uma faixa de cabelo da região posterior da cabeça, realizado a sutura e em seguida as unidades foliculares contendo de 1 a 4 fios são cortadas por profissionais treinados. Em seguida o cirurgião começa a colocar os microenxertos de cabelo de maneira natural na área da calvície.
Cerca de 30 a 45 dias após o procedimento, os cabelos transplantados irão cair em quase sua totalidade e novos cabelos irão crescer entre 3 e 6 meses de pós-operatório, trazendo um resultado bem agradável e muito natural quando realizado por uma equipe qualificada. Não existe até os dias de hoje um tratamento único isolado. E a combinação dos mesmos é que acarreta em resultados satisfatórios para pacientes e médicos.
Editado por Dr. Fernando Fabricio Franco CRM 109.478
REFERÊNCIAS:
1. Leavitt M, Understanding and management of female pattern alopecia, Facial Plast Surg. 2008 Nov;24(4): 414-27.
2. Perez-Meza D, Niedbalski R, Complication in hair restoration surgery, Oral Maxillofacial Surg Clin North Am. 2009 Feb;21(1):119-48.
3. Jandali S, Low DW, From surgery to pharmacology to gene therapy: past, present, and future of hair restoration, Ann Plast Surg. 2010 Oct;65(4)437-42.
4. Mounsey AL, Reed SW, Diagnosing And Treating Hair Loss, Am Fam Physician.2009,Aug;15;80(4):356-62.
5. Shapiro J, Kaufman KD, Use of finasterida in the treatment of men with androgenética alopecia (male pattern hair loss), J Investing Dermatol Symp Proc. 2003,Jun;8(1):20-3.
6. Leavitt M, Meza DP, and cols, Effects of finasterida 1mg on hair transplant, Dermatol Surg. 2005, Oct;31:1268-76.
7. Whiting Da, Advances in the treatment of male androgenética alopecia: a brief review of finasteride studies, Eur J Dermatol. 2001;Jul- Aug;11(4):332-4.
8. Acosta FJ, Follicular Unit Hair Transplantation: Current Technique, Actas Dermosifiliogr. 2010,101(4):291-306.
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